Intro | Primeiros Acordes

“Sou Hóspede do Tempo”, e para me habituar nesta estadia me sirvo de música. O tempo me dispõe tudo que apareceu. Posso escolher qualquer coisa, desde o início do Rock com Elvis, Chuck Berry, Jerry Lee Lewis… até o que surge agora The Dead Wheater, Them Crooked Vultures, The Hotrats… Vou escolhendo. Escolhendo e selecionando. Selecionando e gostando. Gostando e arquivando. Arquivando e… o que fazer depois de arquivar?

O Tempo me disse o que fazer: “Seja Hóspede. Guarde, contudo compartilhe as impressões que você tem com toda essa descoberta.” Não dei ouvidos ao tempo. Eles estavam ocupados, com um fone de ouvido em cada um. Ouvindo música no talo, nem me preocupei que se não fizéssemos o papel que o Tempo fez comigo, tudo que eu gosto de escutar e gosto de descobrir, pode um dia não estar mais a disposição de alguém. O Tempo é hóspede, mas precisa de administradores. Os que filtram aquilo que permanece. O Tempo guarda, mas quem dissemina e eleva é o próprio ser humano.

Mesmo não escutando o Tempo, faço o que ele me aconselhou de forma torta a partir de agora. Nasce Chronica Sonus. Suas notas são sobre música, sim, porém são minhas músicas. Minhas impressões sobre o que eu escuto e o que me cerca. Aqui o que se encontrará é um diário musical de como foi o cotidiano de um apreciador do Rock. Espero que este cotidiano comentado e musicado seja de alguma valia para alguém. Sejam bem vindos ao Chronica Sonus, onde a música vive o meu cotidiano.

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O Chronica Sonus nasce bem. Nasce em março, em parto prolongado propositalmente, pra deixá-lo em boa companhia. Em março começamos com o aniversário do Rio de Janeiro. Seguimos com aniversário de Roger Daltrey (The Who), Lou Reed, Elton John, Eric Clapton, Steven Tyler… Em março também nasceu este ser que vos escreve (no mesmo dia do Steven Tyler).

Março é um mês que praticamente todos consideram o início do ano. Acabam-se as festas e começa o dia a dia. É o meu mês predileto, e por coincidência ganho parabéns neste período. Digo coincidência porque se fizesse aniversário em outro mês, março continuaria sendo o meu mês preferido. Por isso, o relato de um cotidiano não teria época melhor pra começar. Rompo o som do silêncio e sem Fade-in abro o volume para o estrondo do rock adentrar em nosso dia a dia.